Visa acompanhar a qualidade do sedimento na área de influência do porto de Itajaí, na porção interna e externa do estuário. O material sedimentar é coletado, trimestralmente, no canal do estuário e na região costeira (Figura 1), onde é feita sua deposição. Exemplos de amostras de sedimento coletado, são mostrados na Figura 2.
Figura 1: Pontos de monitoramento da Qualidade de Sedimento, água e biota aquática, no estuário do Rio Itajaí-Açu e região costeira. |
O sedimento é então destinado aos laboratórios, em função do subprograma. O programa se compõe de três subprogramas:
Para subsidiar as análises quimicas determinantes para a qualidade do sedimento é primordial analisar as características físicas de tamanho de grão, composição e textura dos sedimentos, considerando para essa análise, a concentração de carbonato (CaCO3) e de matéria orgânica. A adsorção de determinadas substâncias acontece em maior ou menor escala dependendo da granulometria do material particulado que compõe os depositos sedimentares e a expressão dos resultados requer a confrontação da granulométria com as diversas variáveis quimicas analisadas e os diferentes niveis de contaminação.
Figura 2: Amostras de sedimento, coletadas durante o monitoramento do sedimento. |
Visa avaliar as concentrações de contaminantes (metais traços, pesticidas, HPAs, PCBs, TBT) nos sedimentos nas regiões sujeitas à dragagem e a sua deposição, durante os processos de aprofundamento ou manutenção dos canais de acesso aos terminais portuários. Para a gestão da disposição desse sedimento, é necessário que os níves de contaminantes sejam monitorados, de modo a gerenciar os locais adequados para a sua deposição, atendendo à Resolução CONAMA Nº 454/12. Ela traz valores orientadores de contaminantes com vistas à avaliação e gerenciamento do material removido durante a dragagem e sua deposição.
A toxicidade é uma medida relacionada ao potencial tóxico que o sedimento pode vir a apresentar a partir de substâncias poluentes neles contida. A avaliação da toxicidade é baseada em metodologia internacional (testes de toxicidade), onde organismos padronizados (sensíveis) são expostos ao contato com amostras do sedimento ou de um elutriato feito a partir dele (Figura 3), sendo avaliado o percentual de efeito tóxico sobre os organismos teste.
Figura 3: Desova de ouriço e preparo de elutriato do sedimento para execução de testes de toxicidade. |
Visa monitorar as características químicas como indicadores de qualidade da água na região de influência do Porto de Itajaí, de modo a identificar alterações relacionadas às atividades portuárias e que possam representar ou gerar, incidentalmente, impactos adversos ao ambiente do entorno. Esse monitoramento melhora o entendimento dos processos naturais, através de seus indicadores como salinidade, temperatura, pH, concentração de nutrientes e indicadores de matéria orgânica, além de parâmetros biológicos como clorofila-a e colimetria, que são considerados para a determinação da qualidade ambiental dos corpos aquosos e enquadramento de corpos aquosos nos termos da Resolução CONAMA N°357 de 17 de Março de 2005. O monitoramento é feito mensalmente em 4 pontos na região estuarina e 4 na região costeira (MAPA, Figura 1).
Figura 4: Coleta e processamento de amostras de água, relacionadas ao monitoramento da qualidade de água no estuário e região costeira. |
O objetivo deste estudo é monitorar os principais parâmetros físicos das águas estuarinas e marinhas, os quais se destacam: temperatura, salinidade, turbidez da água, velocidade e direção das correntes e ondas. Também de monitorar continuamente o nível da água e os principais parâmetros meteorológicos como direção e velocidade do vento, pressão atmosférica e precipitação pluviométrica. O monitoramento das condições meteoceanográficas do estuário do rio Itajaí-Açu foi idealizado visando observar o comportamento da descarga fluvial, da cunha salina, da circulação por correntes, do material particulado em suspensão, das variações do nível d’água no interior do estuário e fora dele. Na área de descarte dos materiais dragados, são monitoradas as velocidades e direções das correntes e os parâmetros de ondas, para compreender o modo de dispersão dos sedimentos descartados pela draga nestas áreas de bota-foras. Assim, através destes dados será possível identificar mudanças no comportamento hidrodinâmico destes ambientes na área de influência do Porto de Itajaí e verificar a situação das áreas de bota-fora com relação ao material acumulado e sua dispersão por ondas e correntes marinhas. Esse programa é subdividido em:
Correntes; salinidade, temperatura, turbidez:
A cada mês são realizadas duas campanhas com duração de aproximadamente 12 h (um ciclo de maré), nos períodos de sizígia e quadratura da Lua. Em cada campanha são realizadas quatro estações oceanográficas, que são repetidas a cada hora, nas quais são medidos dados de velocidade e direção de correntes em toda a coluna d’água com um Perfilador Acústico de Correntes por Doppler (PACD, sigla em inglês ADCP), e concomitantemente, são realizados perfis verticais de salinidade, temperatura e turbidez da água através do lançamento de um CTD.
Também são realizadas mensalmente, outras duas campanhas para acompanhar a extensão da intrusão da cunha salina desde a desembocadura até o limite de influência da salinidade no estuário, durante a estofa de preamar e baixa-mar, nas fases lunares da quadratura e da sizígia. Nessa metodologia, são realizadas medições de salinidade, com um CTD, da superfície ao fundo da coluna d’água, ao longo do estuário a cada 1 km, aproximadamente. Em cada estação, além da salinidade, também foram medidas a temperatura e a turbidez d’água.
Figura 5: Monitoramento das condições oceanográficas. |
Os principais parâmetros físicos da água e a hidrodinâmica são monitorados, uma vez ao mês, durante aproximadamente 12 h, nas áreas de bota-fora (descarte) dos sedimentos dragados, com ou sem a atuação da draga. Nessa metodologia, a cada 30 minutos são medidas as velocidades e direções da corrente, em toda a coluna d’água utilizando um Perfilador Acústico de Correntes por Doppler (PACD, sigla em inglês ADCP), instalado no leito marinho. Este instrumento também registra os principais parâmetros de ondas (altura, direção e período de ondas). Perfis verticais de temperatura, salinidade e turbidez são medidos a cada 10 minutos, com um CTD. Nas ocasiões de lançamento dos sedimentos pela draga na área do BF, um derivador é lançado na pluma de sedimentos e seu deslocamento é acompanhado pela embarcação durante 1 hora, para o lançamento do CTD, a cada 10 min. As coordenadas geográficas do derivador e dos pontos de coletas do CTD são obtidos com um GPS Garmin.
Figura 6: Monitoramento da Dispersão da pluma, na região costeira. |
Um marégrafo de radar (marca OTT) foi instalado em junho de 2019, no Cabeçudas Iate Clube para registrar e enviar os dados de nível do mar da região costeira, continuamente (a cada 5 minutos), para um servidor localizado na UNIVALI. No estuário, os dados de nível da água são registrados a cada 10 minutos, por sensores de pressão e enviados via rádio para a Defesa Civil de Itajaí, a qual disponibiliza os dados para serem analisados pela equipe da Univali. As estações estão localizadas em dois pontos: no píer da CEPSUL e na Praça Celso Pereira da Silva.
Figura 7:Monitoramento do nível (maré) na região costeira |
Em novembro de 2018 foi instalada uma estação meteorológica (Davis, modelo Vantage2 Pro), pela equipe da UNIVALI, no farol 8 na extremidade do molhe sul da barra do rio Itajaí-Açu. Desde então os parâmetros meteorológicos como velocidade e direção do vento, pressão atmosférica, precipitação pluviométrica, entre outros, são medidos continuamente (a cada 5 min) e enviados via GSM para servidor na UNIVALI.
Figura 8: Estação meteorológica no Molhte de Itajaí. |
Objetiva analisar a qualidade do ar na área de influência relativo ao tráfego de equipamentos, máquinas e tráfego de caminhões que transportam contêineres na área de influência do Porto de Itajaí. Estes dados são utilizados para avaliar, caso existente, o impacto que o empreendimento possa gerar sobre a qualidade do ar nas proximidades, visto que o mesmo está localizado em área urbana. É necessária uma análise das interações entre outras atividades relacionadas ao porto tais como: movimentação de contêineres entre a área de embarque e desembarque e as áreas de triagem e retro portos, como medida de controle e gestão ambiental da área portuária e seu entorno. Por existir um relativo tráfego de veículos oriundos de várias localidades a exposição de pessoas à emissões gasosas é uma justificativa para a avaliação o nível de poluição atmosférica.
Visa a medição dos níveis de pressão sonora que pode estar ou não associada diretamente à atividade portuária. Áreas portuárias apresentam tráfego de veículos de várias características e de naturezas muito diversas que dão apoio à movimentação das cargas entre o cais e a área de retroporto. Soma-se à esta circulação, a frota de veículos particulares e coletivos que dividem as ruas e avenidas da cidade com àqueles que operam na área interna do porto e fora dela. O resultado é uma potencialização do nível de ruído que pode afetar em maior ou menor magnitude a população e de maneira geral o meio ambiente e de modo mais particular a população que habita a circunvizinhança.